“Salve, rápa. Aconteceu ontem mais um Sarau dos Mesquiteiros, na EE Jorn. Fco. Mesquita.
O Sarau de ontem foi especial demais. Um dos mais bonitos que já fizemos. Tivemos presença em massa da comunidade, a molecada da quebrada também chegou (algumas vezes a mesa de pintura parecia um formigueiro). A decoração ficou muito bacana, por conta da homenagem ao Mês da Mulher (que são todos, mas especial em março) e ao Dia Nacional do Graffiti, com exibição de um curta feito pela galera do Mundo em Foco, com a participação do companheiro Vander Che.
Acha pouco?
Teve ainda a banca do Marginaliaria na área. Periferia Invisível na área. Perê, educador que veio do Jabaquara na área. Camila de Jesus, parceira da Cooperifa que veio do Campo Limpo. A amiga, fotógrafa e parceira de trabalho Mônica Cardim, que veio da Casa Verde. E os professores Valmir e Maria Helena da escola. E os Mesquiteir@s, é claro.
Mais de 100 pessoas passaram pelo Sarau, que contou ainda com sorteio de livros no final (Sob o Azul do Céu, do Marco Teles; Caturra, do parceiro Fuzzil, Te Pego Lá Fora, de minha autoria) e alguns zines. Além de apresentação de danças dos PopBoys que sempre colam, banca de livros a popa, livros pendurados no teto, e muita, muita poesia. UFA!
Só quem esteve lá talvez consiga compartilhar a energia que tava na parada ontem, a coisa bonita que foi, com uma noite bem calorosa, não apenas na temperatura alta. Com a molecada correndo pra lá e pra cá, curtindo, brincando, recitando. Dá hora, dá hora: pra mim, foi muito lindo.
Muito bom estar vendo essa resistência na quebrada ser cada vez mais fortalecida. Porque humilhados, já somos. Esquecidos, sempre fomos. Tudo foi feito pra dar errado, pra nada dar certo. E ainda assim, insistimos, persistimos. E mais, mostramos que não apenas a Literatura (é) Possível. Acima de tudo, todos nós somos também.
E pra quem duvida, só chegar pra ver.
Sem palavras, a quem fortalece, a quem soma no sonho de uma periferia mais unida, justa, solidária. Sem palavras. Ou talvez algumas: obrigado, obrigado, obrigado.”
texto: Rodrigo Ciríaco, extraído do blog dos mesquiteiros: http://mesquiteiros.blogspot.com/