No Capão, sem metrô
O povo olhava entre si.
Cadê o ônibus, não chegou
Eis que surge um metro. Foi como as lotações,
Tudo apertado…
Ía tudo muito bem, além do calor, é claro,
Até que…
Santo Amaro, não chegou
O povo reclamava entre si.
Cadê que o metrô anda, horror
Todos nutrem o mesmo ar, sem condições,
Sem ar condicionado…
Ía tudo muito bem, passaram mal, é claro,
Até que…
Botão vermelho, se apertou
O povo revoltava-se entre si
Porta abriu, povo pulô!
E as nuvens a olhar, lamentações,
Povo enfileirado…
Ía tudo muito bem, homem como animal, claro,
Até que…
A diversão acabou,
O homem egoísta de si
Cada um pra um canto, ferrô!
E a ferrugem a anunciar, as estações,
Povo maltratado…
Ía tudo muito bem, até a plataforma, claro,
Até que…
O homem não viu mais ninguém…
E ninguém fez mais nada!
Foto e Poema: Rodrigo Sousa & Sousa